Os aromas florais no vinho contemplam os chamados aromas primários, e você pode encontrá-los em rótulos que enriquecem nossa avidez por assimilar cheiros e o que mais vier da natureza. Assim, promovem uma experiência olfativa marcada pelo prazer.

É claro que não é algo comum a todas as uvas esse talento. Entre violetas, gerânios e madressilvas, há flores que desabrocham em castas viníferas bem específicas – e até relativamente raras quando se fala do mercado nacional.

Bora conferir algumas delas? 

aromas do vinho

1) Sauvignon Blanc

Responsável por vinhos secos e bem perfumados, é a principal componente dos Bordeaux brancos, inclusive do famoso botritizado que conhecemos por Sauternes. Tem aparecido em varietais jovens do novo mundo, onde, conseguindo amadurecer mais, esbanja certas notas florais como camomila, madressilva e jasmin.

2) Torrontés

Cepa especial do território hermano, visto que é a única autóctone de que se tem conhecimento. São de lá, suas melhores expressões, que podem ser resumidas num vigor aromático marcado pela exuberância floral. Os aromas que se podem notar são gerânio, lírio e rosa.

3) Gewürztraminer

Gewürz, como é apelidada pelos enófilos íntimos, é ‘culpada’ por alguns dos vinhos doces e secos mais surpreendentes que saem hoje da Europa. Se trata de uma uva interessante pela opulência primaveril que toma conta da taça, com aromas de rosa, gerânio, flor de laranjeira.

4) Muscat blanc/Moscato

Moscato é uma casta que recheia vinhedos de todos os cantos do mundo. Possivelmente a subespécie vinífera mais antiga do mundo, ela é fácil de cultivar e amiga da vinificação que preza por resultados com grande riqueza aromática, mais precisamente flor de laranjeira, camomila e madressilva, sejam esses resultados espumantes, doces ou até mesmo secos.

5) Nebbiolo

Responsável pelos Barolos e Barbarescos que encontramos nas porções de terra mais preciosas do Piemonte. Quando o cultivo é ideal, a experiência de degustação é similar a algo como mastigar um cogumelo recém-colhido e mergulhado num líquido perfumado com rosas e cerejas maduras.

6) Petit Verdot

Taninos, taninos, taninos. São esses os três motivos pelos quais a Petit Verdot é usada em blends com altíssima frequência. Seus aromas florais como lilás, lavanda, violeta e gerânio também levam os produtores de Bordeaux a comporem seus melhores assemblages com uma porcentagem dela.

Como a humanidade caminha na direção da experimentação, é cada vez mais comum avistarmos um Petit Verdot 100% na prateleira de um mercado. Se vir um, pegue. 

7) Sangiovese

Sangiovese é a cria da vitivinicultura italiana. Suas melhores expressões são manifestadas em DOCGs como Brunello di Montalcino, Chianti e Vino Nobile di Montepulciano. Com ou sem o envelhecimento aromas florais como violeta, rosa, rosa seca desabrocham.

8) Touriga Nacional

Touriga Nacional é o cartão postal do vinho português. Marcada pelo vigor tânico, é capaz de gerar tintos ricos, aromáticos e altamente estruturados, apoiando-se numa sustentação que pouquíssimas outras uvas possuem.

É encontrada nas diferentes regiões portuguesas, mas destaca-se no Douro e no Dão, onde aparece em varietais ostensivamente (e fascinantemente) florais como violeta, lavanda, flor de bergamota.

Conclusão

E aí, gostou de aprender mais sobre aromas florais no vinho? Fique tranquilo se não conseguir senti-los de primeira, é normal! Com o tempo vai ficando mais e mais fácil identificar aromas e características específicas em cada um deles. 😀