Rioja, Espanha: mergulhe de vez nessa região cheia de história
Seja bem-vindo a Rioja, Espanha: a terra de alguns dos melhores tintos do mundo. Pronto para essa aventura?
Um pouco de história
Localizada no norte da Espanha, Rioja se firmou como região vinícola no final do século XIX e começo do século XX, quando a praga filoxera devastou os vinhedos franceses. Em busca de novas terras, muitos produtores de Bordeaux encontraram lá o terroir ideal: protegida dos ventos e chuvas pela Serra da Cantábria, a região sofre menos com as temperaturas extremas tão comuns a outras áreas espanholas.
Alto controle de qualidade e regras rígidas de produção fizeram Rioja se tornar a primeira Denominação de Origem (DO) da Espanha. E no começo da década de 1990, essa denominação mudou para Denominación de Origen Calificada (DOCa), que significa um “selo de qualidade” ainda superior às outras denominações. Atualmente, além de Rioja, apenas Priorat recebe a mesma qualificação.
Acima temos um exemplo de como é um rótulo dessa região. Inclusive, se quiser provar, aqui está.
As sub-regiões de rioja
Rioja é dividida em três sub-regiões: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Baja. A primeira concentra as vinícolas mais tradicionais (e centenárias), localizadas principalmente na histórica cidade de Haro, ao sul do Rio Ebro. Rioja Alta se destaca tanto em termos de qualidade como de quantidade. Como é uma área mais elevada, favorece os vinhos em acidez e cor, mas com níveis moderados de álcool.
O estilo dos vinhos de Rioja Alavesa se assemelha ao de Rioja Alta, só que com mais acidez e menos cor, enquanto Rioja Baja, por causa do calor e do solo mais rico, produz vinhos mais encorpados e alcoólicos, tipicamente com predominância de Garnacha.
A classificação e os vinhos
Os tintos são feitos a partir de Tempranillo com Garnacha, ocasionalmente cortadas com Graciano e Mazuelo (Carignan). Algumas vinícolas também usam pequenas quantidades de Cabernet Sauvignon.
Logo abaixo temos uma tabelinha que explica sobre as classificações de cada tipo de vinho, e cada uma delas diz respeito ao tempo de envelhecimento. Temos quatro tipos: Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva.
Tintos | Brancos e Rosés | |
Joven | Sem envelhecimento | Sem envelhecimento |
Crianza | 1 ano em carvalho + 1 ano na garrafa | 6 meses em carvalho + 6 meses na garrafa |
Reserva | 1 ano em carvalho + 2 anos na garrafa | 6 meses em carvalho + 1,5 ano na garrafa |
Gran Reserva | 2 anos em carvalho + 3 anos na garrafa | 6 meses em carvalho + 3,5 anos na garrafa |
Vinhos de excelente qualidade, com longo potencial de guarda, e principalmente, identidade. E baunilha, muita baunilha. Taninos redondos e álcool equilibrado, sem esquentar a garganta. Vermelho-rubi intenso intenso. Um vinho complexo, com aromas longos e persistentes. Anos de amadurecimento em barricas novas de carvalho americano e mais um bom tempo em garrafa, para dar origem aos Crianza, Reserva e Gran Reserva. Assim são os vinhos de Rioja.
Curiosidades para contar no jantar
No começo deste século, a arquitetura da região foi reinventada por obras faraônicas, feitas lado a lado de construções medievais, e vinícolas tradicionais se transformaram em complexos turísticos de luxo ultra-modernos.
A construção mais espetacular é o hotel cinco estrelas da Marqués de Riscal, vinícola fundada em 1860. O responsável pelo projeto foi o aclamado arquiteto Frank Gehry. Com um telhado de titânio retorcido, o prédio parece se movimentar entre os vinhedos. Sua forma inovadora ajudou a mudar o perfil turístico da região: antes, a vinícola recebia cerca de 2 mil visitantes ao ano. Hoje, são quase 70 mil.
Aí o que achou de aprender mais sobre Rioja? Deixa aqui nos comentários se você gosta dos vinhos de lá 🙂