Harmonizações clássicas: um pouquinho da tradição entre vinho e comida
Tem coisa melhor do que vinho comida? Não tem! E hoje vamos falar sobre aquelas harmonizações clássicas, entre vinho e região. há certas combinações que parecem vir prontas, e dão a impressão de que a bebida foi feita intencionalmente para acompanhar a receita, ou vice-versa. Mas a gente diria: nem impressão, nem intenção. O nome disso é tradição regional. Vem cá descobrir algumas delas!
Cassoulet ❤ Cahors
O Cassoulet é conhecido aqui no Brasil como feijoada branca e é uma bandeira do cardápio francês sulista. Há muito tempo serve de par aos elegantes tintos nascidos na região de Cahors, cuja predominância da uva Malbec faz jus à carne e à untuosidade da receita.
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Champagne ❤ Caviar
A adoração pela dupla tem explicação científica: sabe-se hoje que, a nível molecular, Champagne e Caviar compartilham de semelhantes compostos aromáticos, daí o match.
Chablis ❤ Ostras
Inundada. Assim era a pequena região da Borgonha que hoje chamamos de Chablis. Porém, ao longo dos milênios, esse pântano foi secando e, como tudo na natureza se transforma, o território virou prato cheio à viticultura. Os fósseis de animais marinhos garantiram um caráter único ao solo, palco para elaboração de vinhos 100% Chardonnay conhecidos como “os melhores brancos do mundo”.
Neles encontramos muita mineralidade, oriunda do calcário, que, adivinhe, nada mais é que o material da concha da ostra. É, não foi difícil descobrir que Chablis e ostras também compartilham de um mesmo material genético.
Pinot Noir ❤ Confit de pato
Quando ainda não havia nenhum modo eficiente de refrigeração de alimentos, os franceses descobriram que poderiam guardar a carne de pato em sua própria gordura. A descoberta teria sido feita em meados do século XVIII, e não demorou muito para os franceses perceberem a compatibilidade da receita com vinhos elaborados a partir de uma uva conterrânea: a nobilíssima Pinot Noir.
Mais do que ótimo potencial de guarda, a cepa e o confit compartilham de um corpo suculento e saboroso. Por isso, é uma das duplas mais vistas nas mesas de restaurantes da Borgonha, terra natal da Pinot.
Bordeaux tinto ❤ Cordeiro
A paixão dos franceses por carnes de caça não é de hoje. Sabor forte e um aspecto bem tostado ocupam boa parte não só do cardápio, como também da carta de vinhos. O terroir e as regras de produção de Bordeaux propiciam a produção de rótulos com caráter maduro e amadeirado.
É por isso que um tinto bordalês cai tão bem com cordeiro – afinal, o animal geralmente é assado com seus ossos, que dá um aspecto mais tostado à carne. Combinação certeira!
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Conclusão
Bisteca alla Fiorentina com um emblemático Brunello di Montalcino, Sauternes com Foie Gras, Malbec de Mendoza junto a uma parrillada (churrasco argentino), Tempranillo espanhol ao lado de um conchinillo asado… enfim!
Existem inúmeras combinações, mesmo de outros países, que comprovam a eficiência de se pensar na terra natal do que está sendo servido. Quem sabe, um dia, espumantes brasileiros fiquem conhecidos por acompanhar uma típica feijoada?