Vinho Chianti: o que é, qual o melhor e onde comprar | Evino
O Chianti faz parte da lista de vinhos italianos extremamente famosos, junto de ícones como Barolo, Barbaresco, Brunello di Montalcino e Amarone della Valpolicella.
Mas qual seria o motivo de tanto sucesso? Hoje, vamos contar em detalhes tudo o que você precisa saber sobre Chianti, explicando a diferença entre eles, quais comprar e como harmonizar.
Para introduzir o assunto, nossa sommelière Jessica Marinzeck traz um panorama geral sobre o tema no nosso Especial Toscana. Confira:
O que significa Chianti?
Ao contrário do que muitos pensam, Chianti não é o nome de uma uva e sim de uma região vitivinícola localizada na Toscana. Os vinhos são tintos e a Sangiovese é a principal uva; cuja quantidade varia entre 70% e 80% mínimo. Os produtores da região podem elaborar um líquido varietal (apenas com a Sangiovese) ou adicionar pequenas quantidades de outras castas, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Canaiolo, Malvasia, Trebbiano e outras uvas locais.
Os vinhos costumam apresentar aromas de frutas vermelhas como cereja e ameixas frescas, notas de folhas secas e, quando passado por madeira, aromas de baunilha, cedro, tabaco e couro. Em boca apresenta alto nível de acidez e taninos, que podem ser mais ou menos rústicos; o nível de corpo pode variar entre médio a encorpado e a graduação alcoólica costuma ficar entre 11,5% e 13,5%.
Geografia e Clima
No centro da Toscana, entre Florença, Siena e Arezzo, fica a região de Chianti. O clima é moderado, com algumas variações entre as áreas. O solo é predominantemente de pedra, calcário, argila e galestro, que são pedras argilosas que podem reter bastante água, muito favorável em períodos de calor excessivo. A região também conta com a pedra calcária alberese, que é mais quebradiça e permite as raízes penetrarem mais profundamente no solo.
Tipos de Chianti
A região de Chianti é dividida entre duas grandes áreas: uma delas ocupa o miolo da Toscana, entre Siena e Florença, e é denominada de Chianti Classico. A outra parte, chamada apenas de Chianti, é distribuída em 7 microrregiões que ficam aos arredores de Chianti Classico.
Chianti
Os vinhos de Chianti podem ser produzidos com uvas de toda a região; no rótulo irá constar a Chianti DOCG (Denominazione di Origene Controllata e Garantita). Nesse região há uma sub divisão que conta com 7 zonas, quando um produtor faz uma bebida com uvas exclusivamente daquela área, o nome da mesma irá constar no rótulo.
Essas microrregiões possuem regras de produção específicas em seus terroirs e autonomia produtiva, que estão diretamente ligadas às condições climáticas do local e a maneira na qual o produtor vai elaborar a bebida:
Chianti Colli Fiorentini
Denominação situada nas colinas que ficam aos arredores de Florença, também próximo ao rio Arno e ao Val di Pesa. Uma regra específica dessa denominação determina que as garrafas não podem ser comercializadas antes do mês de setembro do ano seguinte à colheita.
As principais uvas são Sangiovese, Canaiolo e Malvasia. Espere encontrar vinhos equilibrados, consistentes, intensos e tânicos, com aromas que variam de frutas vermelhas a toques florais.
Chianti Rufina
Chianti Rufina recebeu o status de Denominação de Origem Controlada e Garantida (DOCG) no ano de 1984. Os vinhos são elegantes, complexos, tânicos, com acidez marcante e um leque de aromas que variam entre frutas silvestres e especiarias, com ótima capacidade de envelhecimento.
Chianti Montalbano
A área de produção de Montalbano totaliza cerca de 500 hectares de vinhedos. Aqui, as uvas permitidas são Sangiovese, Canaiolo, Trebbiano Toscano e Malvasia. A qualidade dos vinhos Chianti Montalbano é conhecida desde o final do século XIII, quando os vinhos chegavam até os bispos de Pistoia em forma de tributo.
Chianti Colli Senesi
Esta é uma grande microrregião. Além da clássica Sangiovese, que não pode ser inferior a 75% em um vinho, aqui também são autorizados o uso de uvas nativas, como Canaiolo Nero, Colorino e Ciliegiolo, e internacionais, como Cabernet Sauvignon e Merlot.
Há quem diga que os vinhos elaborados na parte meridional desse terroir chegam a recordar o estilo da Sangiovese em vinhos como Nobile de Montepulciano e Brunello de Montalcino.
Chianti Colline Pisane
Os vinhos de Colline Pisane fazem jus ao nome: são produzidos nas colinas que ficam nos arredores de Casciana Terme, no sudeste de Pisa. São líquidos elegantes e delicados, que idealmente devem ser consumidos mais jovens.
Chianti Colli Aretini
De um modo geral, o terroir é semelhante ao restante da região, com predominância de solos calcários e clima mediterrâneo. Os vinhos elaborados aqui são conhecidos por uma boa estrutura, toques frutados, acidez significativa; é indicado que esses vinhos sejam consumidos ainda jovens.
Chianti Montespertoli
Graças à peculiaridade do terroir, a área de Montespertoli produz vinhos de alta qualidade. Aqui também é produzido o Vin Santo, vinho de sobremesa tradicional na Toscana, extremamente frutado, fresco e agradável no paladar, geralmente feito a partir de uvas brancas como Trebbiano e Malvasia.
Chianti Classico
Você já deve ter se perguntado qual a diferença entre Chianti e Chianti Classico. Será que um tem mais qualidade do que o outro? Importante já dizer que Chianti Classico não é uma sub-região de Chianti. Na verdade, essa é uma outra denominação de origem independente, cujos vinhedos estão plantados em uma zona de maior altitude.
A diferença entre as duas denominações é histórica. Conforme a região crescia e a produção se espalhava por mais territórios, ficava difícil de proteger a autenticidade dos vinhos. Dessa forma, Cosimo III, o Grão-Duque da Toscana, decidiu criar um edital limitando as fronteiras originais da região, que passou a ser designada como Chianti Classico e foi reconhecida como um DOCG independente em 1996.
Curiosidade: você conhece a lenda do Gallo Nero?
A história diz que a disputa de território entre Siena e Florença foi resolvida por uma corrida: assim que o galo cantasse na alvorada, cada cavalheiro escolhido para representar sua cidade deveria sair em direção à fronteira e, o primeiro que chegasse, conquistaria a região.
O povo de Siena escolheu um galo branco e bem nutrido para cantar na alvorada, enquanto o povo de Florença escolheu um galo negro, magro e mal alimentado. Como era de se esperar, o galo negro, desesperado de fome, cantou antes, garantindo a vantagem para Florença. Hoje o Gallo é estampado nas garrafas de Chianti Classico.
Classificações e Envelhecimento
Por lei, o Chianti deve envelhecer por no mínimo 6 meses; já o Chianti Classico precisa passar por um mínimo de 12 meses de envelhecimento antes de ser comercializado.
Superiore
Outra classificação que pode aparecer no rótulo é Superiore, indicando que o vinho passou por 12 meses de envelhecimento e apresenta maior graduação alcoólica do que o Chianti, são vinhos mais encorpados e com acidez mais macia.
Riserva
Para ser classificado como Riserva, o vinho deve ter um amadurecimento mínimo de 24 meses, incluindo 3 meses em garrafa. É um vinho complexo e de boa estrutura e, no geral, de guarda.
Gran Selezione
Essa é uma classificação exclusiva do Chianti Classico. Como regra, as uvas utilizadas na produção devem ser originárias de uma só propriedade. Além disso, o vinho deve envelhecer por mais 6 meses do que o Riserva, totalizando um mínimo de 30 meses, incluindo 3 meses de envelhecimento em garrafa. Esse pode ser considerado um dos melhores vinhos de Chianti.
Harmonização com Chianti
Vinho e comida andam lado a lado, por isso separamos alguns pratos típicos que harmonizam super bem com diferentes Chiantis.
Uma dica na hora de harmonizar é pensar em regionalidade, ou seja, comidas típicas da mesma região de produção daquele vinho tendem a dar muito certo. Por isso, pode apostar em pratos italianos tradicionais, como lasanha à bolonhesa, espaguete ao sugo e pizzas variadas.
Para os vinhos mais encorpados, com maior tempo de envelhecimento e passagem em carvalho, opte por pratos de maior intensidade de sabor como a bisteca alla fiorentina, peito de pato e ossobuco.
Outra opção de harmonização versátil é montar uma tábua de frios, com salames, embutidos e queijos mais fortes, como Taleggio, Pecorino, Gouda e Parmesão.
Conhecendo Vinhos
Agora que você sabe as diferenças entre os tipos de Chianti, falta provar! No nosso site você pode comprar vinhos nos melhores preços; separamos aqui algumas opções:
Famiglia Castellani Chianti Classico DOCG 2018
Famiglia Castellani Chianti Riserva DOCG 2016
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